Entrevista com o Provedor

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Entrevista com o Provedor

O que o levou a querer assumir este cargo de Provedor?

Eu sempre fiz voluntariado desde muito novo, portanto, este bicho do voluntariado não sai de dentro de nós, pelo contrário, vai crescendo. Nós vamo-nos integrando nos projetos, nos objetivos, nas missões o que leva a que vamos ficando cada vez mais vinculados, e ser Provedor acabou por ser uma consequência de um percurso de há já alguns anos na própria Misericórdia. Quando digo alguns anos, são mais de vinte anos desde que me iniciei na Misericórdia em 1997 até que fui Provedor em 2015.

 

A seu ver, quais os fatores que prestam maior contributo para um melhor funcionamento da Instituição?

Sem dúvida o envolvimento das pessoas, em todos os setores. As pessoas conseguirem olhar para o trabalho que desenvolvem não como um emprego apenas, mas envolvendo-se naquilo que é a nossa missão, isso é o que faz toda a diferença. Nós temos inclusive muitos trabalhadores que acabam por ser voluntários dentro da própria Instituição porque se vão dedicando a outras coisas para além da sua função.

 

No exercício das suas funções, qual o tipo de questões com que habitualmente se depara nas diversas valências?

As preocupações maiores nas nossas valências são as que estão relacionadas com a gestão de pessoal. Por ser uma casa muito grande, com muita gente, e se há quem se envolva e entenda a Misericórdia como mais do que um emprego, haverá outras pessoas que nem tanto, embora, aconteça cada vez menos.

Mas também temos a preocupação constante para com o nosso Utente. Termos a consciência de que o nosso trabalho está a ser bem acolhido, a ser bem feito e a ter reflexo na vida dos nossos Utentes, independentemente da sua idade, sejam crianças pequenas ou idosos, ou estejam integrados na área da saúde ou das pessoas em situação de sem-abrigo, é sempre uma preocupação muito grande.

 

Num cenário socioeconómico bastante conturbado, como se dá resposta às carências do contexto social?

Estas respostas são dadas muito em parceria, dado que os apoios do Estado não são suficientes para as respostas que nos competem.   Temos inclusive, algumas respostas sociais que não têm qualquer comparticipação do Estado, e portanto, o trabalho em parceria, seja com algumas entidades públicas nomeadamente a Câmara Municipal, a União de Freguesias ou, com entidades privadas como é o caso de algumas empresas, torna-se extremamente importante. Temos também a componente de donativos, como sejam os dos supermercados Continente e Auchan, enquanto parceiros que de uma forma mais continuada nos apoiam e nos fazem chegar sobretudo bens alimentares para distribuição semanal.

Não posso deixar de frisar o apoio dos voluntários que são o nosso braço armado e nos ajudam a executar este trabalho de proximidade. Chegam a todas as famílias que apoiamos, seja nos centros de acolhimento a pessoas em situação de sem-abrigo, seja no banco alimentar semanal ou mensal, ou seja através de um Grupo de Visitadores que visita os reclusos internados no Hospital Prisional de São João de Deus.

 

O que perspetiva para a SCMO num futuro a curto/médio prazo?

Nós perspetivamos estabilizar as valências na área da Educação porque temos alguns equipamentos em fase de remodelação ou total reconstrução e portanto, é uma questão que nos vai obrigar aqui a encerrar alguns e abrir outros, como tal precisamos de estabilizar esta situação.

Temos também prevista uma aposta no âmbito da saúde, com um projeto na área dos cuidados continuados, trata-se de uma Unidade de Cuidados Continuados que poderá ser de curta ou média duração, com uma capacidade significativa de 84 camas. Estes são os nossos projetos a médio prazo.

A curto prazo, importa manter a qualidade do serviço que prestamos e tentar cada vez mais melhorá-la capacitando os nossos colaboradores. É importante para nós ir abrindo a Misericórdia a novos desafios com projetos inovadores, como temos agora com o Programa Aproximar Oeiras, o qual ganhou o prémio Seniores 2023 atribuído pelo BPI Fundação “La Caixa”, entre outros que possam surgir por nossa iniciativa ou desafiados e que estejamos em condições de abraçar e implementar.

 

 

Para mais informações contacte-nos:

+351 214 228 614 (chamada para rede fixa nacional)

 

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