Contudo, D. Manuel I, convicto e determinado, principia a reinar corria o ano de 1495. Junto com “pessoas de Oeiras” e Reguengo, que viajavam para os portos de África e da Índia (negociantes, pilotos e marinheiros) se lembraram de erigir uma Confraria com o título de Nª Senhora da Conceição dos Mareantes, a qual tempos depois se ampliava, e passou a designar-se “Mareantes da Carreira da Índia”.
Esta terá sido a primeira Irmandade a fixar-se na graciosa ermida de Santo Amaro. Conquistadores, homens lutadores, grandes marinheiros, vigorosos na luta contra poderosos rivais, doutrinados no combate, dominadores de tempestades e angústias, determinados no esforço de vencerem a morte pelos cantos do mundo, aqui firmaram o sério compromisso de honrarem a Mãe Imaculada do Redentor, que repartia as suas Graças com o sábio Santo Amaro.
Consta que em visita à ermida D. Manuel I, devoto vigoroso da Conceição Imaculada, foi abordado pelos novos confrades de Nª Senhora da Conceição que se uniram, e cerimoniosamente lhe rogaram ajuda no valor de edificação de uma ermida para albergar a Sua Confraria, sem nunca desapossar o antigo padroeiro Santo Amaro, servindo ainda de cómodo aos que entrassem a barra chegados das conquistas de África e da Índia.
Concedida a permissão por Sua Alteza, proprietária dos terrenos, para construção da desejada ermida, D. Manuel I amplia a petição para os terrenos circundantes e logo se iniciam as construções, no exato local da antiga ermida de Santo Amaro, que sempre conservou o nome do Santo, não apenas a ermida, mas igualmente o lugar, localizado no Monte dos Sete Castelos, a Sueste da Vila, e onde existiam a par da ermida, “hospedarias onde se demoravam os Romeiros”.
Casas térreas circundavam estas hospedarias, sitas no Rossio da ermida, e todas elas cumpriam foro à Irmandade de Nª Senhora da Conceição e Santo Amaro.